13 fevereiro 2009

O mito do Mercedes

Esta noticia tem um duplo sentimento pós leitura para a minha pessoa.
O primeiro que fez-me cagar a rir, o segundo é de tristeza porque finalmente temos o que andávamos a procurar há bastante tempo (caso alguns ainda necessitassem) que era a prova da pequenês deste nosso povo.

Ao ler as declarações da senhora só me fez lembrar do sketch do Nuno Lopes n'Os Contemporâneos quando este satirizou o senhor Ricardo Quaresma, neste caso:

"Sempre disse que, quando a vida me permitisse, ia comprar um Mercedes (para apenas conduzir quando vou à vila para mostrar aos outros pacóvios que ando a pastar cabras mas tenho um Mercedes, porque para ir à missa é essencial manter o estatuto de pobre, antes que me peçam o Mercedes para a caridade, por isso vou de Opel velho)". Peço desculpa por usar esta frase tão batida e que pode ser alvo de critica porque, de facto, eu não conheço o resto do Mundo todo, MAS! "só neste país" é que uma pastora de cabras reserva o primeiro lugar da sua lista de coisas para obter um Mercedes...

O mito do Mercedes bem sabemos é um denominador comum na nossa cultura portuguesa, basta olhar para os táxis. Ainda no outro dia, vi o novo classe C a ser utilizado como fogareiro. O meu espanto foi de tal forma grande que tive de o mandar parar para me levar à padaria da esquina da Dona Isabel. Eram 85m, mas foram 85m com estilo!

Não admira então que ate os mais simples pastores tenham tamanha crença neste mito.

Porém, voltando atrás, queria deixar aqui bem claro que isto dos Mercedes táxis, não me lixem, mas é pura e simplesmente mania desta nossa gente. Vamos lá ver uma coisa, o argumento é que dificilmente outra marca de carro consegue ter um veiculo a gasóleo que dura tantos km. Epá fraseando Pinheiro de Azevedo "Badamerda para" os táxis, vão me dizer que não há carros mais baratos com efeitos praticamente os mesmos? Então os táxis das outras cidades europeias são uma cambada de tonhos que não sabem comprar carros? Querem ver que há descontos nos Mercedes para os táxis? De facto só faltava serem comparticipados...

Enfim, resumindo mais um exemplo de pequenês. Agora se me dão licença vou para a rua, pode ser que o classe C apareça outra vez que preciso de ir comprar o jornal ao quiosque do senhor Ramiro no final da rua.

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